quarta-feira, abril 27, 2005

Dividida.

Um lugar onde adoro estar. Contas demais a pagar. Preciso ir adiante. Mas não sei para onde ir!

Eu não sei o que quero fazer da minha vida agora. Sei apenas que preciso de $$$. Um atraso progressivo de pagamento de salário não ajuda a pagar minhas dívidas. Preciso de freelancers o suficiente para não deixar situações pendentes que justifiquem tendências suicidas num futuro próximo. Se a depressão deixar, claro.

De qualquer forma, here we go again. CDs de backup dos trabalhos interessantes, uma lista de todas as atribuições dentro da empresa e todos os cases interessantes, backup da agenda de contatos. Desenferrujar todo aquele conhecimento de softwares que não eram necessários no trabalho atual. Me preparar para o que vai acontecer se o salário começar atrasando em progressão geométrica ao invés de aritmética. Claro que eu não quero ir. Eu amo o meu trabalho. O problema é que eu não amo as minhas dívidas no banco e a incerteza de não saber se vou receber meu salário em dia. Mas... o que eu quero fazer da minha vida agora? Para onde quero levar minha carreira? Não tenho mais idade nem saco de pegar qualquer trabalho por uma questão de sobrevivência. Tenho quase 30 anos e gastei todo um saco cheio de ser explorada nos primeiros seis anos da minha vida profissional. E será que eu tenho uma carreira para levar adiante afinal?

sexta-feira, abril 22, 2005

SIM, eu estou jogando papéis fora. Como você adivinhou? :P
Vida é aquilo que me acontece nos intervalos da depressão

Pequena coletânea de textos que deveriam ter sido postados no blog... Escritos randomicamente em 2004 e 2005, tirados do meu diário de folhas soltas, antes e depois da mudança de apartamento.

"Garoa fininho em Niterói. Estou um pouco atrasada. As gotas finas umedecem meus cabelos, meus passos apressados, meus pensamentos sempre em outro lugar. Garoa sempre me dá saudades de São Paulo. E de repente eu lembro. Niterói, outro momento. No começo, as primeiras vezes, era sempre com chuva. As gotas finas caindo sobre minha pele, salpicadas nos meus cílios, todo o meu corpo adivinhando, no frescor da grama nas minhas costas, o calor do corpo gostoso que se deitaria sobre o meu. Ele era nada mais nada menos que um anjo sujo. Seus cabelos cacheados, os olhos muito azuis por trás dos óculos, uma criança crescida, com barba por fazer. Muito magro. Muito jovem, e eu era mais jovem ainda do que ele... "

"Futuros possíveis

Você vem a mim, meu adorável completo estranho desconhecido. Você se apaixona pelo meu jeito exótico, minha alma sensível e minha liberdade.
Você me ama segundo tua imagem e semelhança e me compreende apenas em parte. Eu te vejo por inteiro e aprendo a compreender e amar cada defeito, limitação e qualidade. Você tece seus castelos e espera que eu os habite. Eles são belos, e foram suas mãos adoradas que os ergueram, eu te acompanho e percorro junto a você cada cômodo. Sei que os castelos são frágeis, sei que pisar nesse chão será o primeiro passo para a queda, mas você ESPERA que eu partilhe do seu castelo, você ergueu ele para mim e você acredita que eles sejam sólidos... Eu entro. Você enjoa de sua bolha de sabão em breve, ou acha que eu não combino bem com a decoração. "


"La bonne tempête

... E eu sou pega de surpresa e furtada à minha rotina pelos pingos grossos e mornos da chuva de verão em pleno começo de novembro, terceiro dia do horário de verão, e me vejo obrigada a me refugiar na Biblioteca Nacional para proteger Tolstói da chuva - não fosse por ele, não fosse por Ana eu talvez me deixasse lavar e purificar nesta chuva morna de pingos grossos, estou tão precisada de um pequeno milagre, meu corpo suado, a roupa colando no corpo depois de um dia intenso de trabalho numa sala quente sem janelas nem ar condicionado. Não é dia nem noite ainda, nesses momentos misteriosos em que ainda há luz por trás das nuvens, mas os prédios e postes já acenderam suas luzes. Eu olho para cima e continuo extasiada como no segundo em que sentei aqui - a tempestade é bela, os raios poderosos, a visão deslumbrante... e a pausa no cotidiano se transforma tranquilamente numa prece de agradecimento por estar viva neste momento, por simplesmente poder contemplar com serenidade essa beleza impetuosa enquanto na praça as pessoas correm apressadas com seus guarda-chuvas e a meu lado outros fugitivos da tempestade fumam seus cigarros, impacientes, esperando a chuva estiar."

"Uma vida marcada por NÃO viver, a minha. La folie, toujours. Eu ainda sonho com sightings improváveis. Acho que minha loucura preenche o vazio com fantasias. É provavelmente o pouco que me sobra para conseguir alguns lapsos de razão."

"Amor louco, amor fati, amor sem sentido. Inútil, desesperado. Na penumbra, na escuridão teus olhos brilham como estrelas. Você é a imagem que teci de ti em meus devaneios. Eu criei e alimentei esta imagem com teu rosto e meu desejo para me proteger do vazio. É preciso curar a loucura com uma dose controlada da mesma loucura. Eu costumava dividir os escritores em dois tipos: os que se alimentavam do seu mundo interior e os que se alimentavam do mundo exterior. Eu odiava descobrir registrados no papel detalhes íntimos, gestos, pequenas confissões... e eis que me pego me alimentando do teu mistério para me curar."

"Oi, tudo bem? Preciso de um amigo, pode ser você? Não, não quero nada demais. Só alguém pra me escutar um pouquinho. Pode ser? Legal.
Ter um blog sem comentários é meio como que falar sozinho com as paredes (não, eu não espero que as paredes me respondam...)
Tomei a decisão de deixar muitas coisas para trás quando mudar de casa. Quero comprar tudo novo e tirar aquele ar de casa montada com móveis emprestados... E notei, com um certo orgulho, que sinto como se tivesse me ocultado num casulo de coisas velhas e seguras e agora posso rompê-lo, mais do que posso, preciso, tenho urgência disso, de me RENOVAR."

"Que loucura... Quando paro para pensar nos efeitos da informática em minha vida e como pouco mais de quatro anos foram capazes de tornar obsoleta toda uma estrutura que venho carregando há tempos comigo de casa para casa... Minha coleção de "Informática Etc" de 97 (Microsoft entra de cabeça na discussão sobre a propriedade do java, he) está irremediavelmente obsoleta. O "Planeta Globo" de abril de 95 anuncia "Senhor dos Anéis" em RPG. Tenho todo tipo de matéria de jornal bizarra, coleção de Rio Fanzine, tirinhas do Calvin, Garfield e Laerte, Zine do JB e trocentos quilos de recortes de revistas e jornais para referências de design de anúncios e, pior, referência fotográfica para desenhos e hqs! A que esses recortes se prestam quando posso entrar na Internerd hoje e buscar num banco de imagens pela referência que estou procurando ou simplesmente pegar minha câmera digital e pedir a alguém to "strike a pose" para ter o que preciso?? E o que eu faço com meu estoque de papel canson A4, A3 e A2 se eu tenho um tablet?! Eu tenho mesmo a ilusão de que terei ainda paciência para um dia preencher todas estas folhas em branco sabendo que o futuro é digital? A 2 centavos o quilo no ferro-velho da esquina, o computador fará com que meu estoque de papéis não valha sequer um real... Se minha gana de criar permanece, o suporte por sua vez mudou radicalmente. A arte cai bem no virtual, o mundo platônico ideal desliza suave no suporte digital. Mas tergiverso... e a verdade é que não consegui "deletar" meus recortes de jornais e revistas obsoletos: pretendo dar a eles um réquiem apropriado. Sujar a mão de tinta e poeira, lê-los, absorvê-los e descartá-los. Resistir à tentação de que algo ali pode ser útil um dia. Minhas fotos e referências não encheriam um CD. Minhas tirinhas do Calvin eu baixo no Kazaa... E fora brincar de túnel do tempo e lembrar o que se fazia pra se divertir ou o que rolava no mundo da informática dez anos atrás pra que continuar guardando tanto jornal velho?"

"Descongelando a geladeira hoje descobri o que acontece quando você esquece uma caixa de leite aberta um mês e meio na geladeira: ele vira uma substância branca e viscosa muito semelhante à criatura daquele filme, "A Coisa"... Estava vendo a hora em que aquele negócio pegajoso se acumulando no fundo da privada ia se levantar e pular no meu rosto... Hmm... Pensando bem, eu deveria tê-lo guardado na caixa e depois que me mudasse soltaria ele em cima dos vizinhos! Ou como uma bomba aérea sobre a maldita igreja crente embaixo da minha janela! Droga... agora já foi :( "

"Embora eu esteja mudando pra melhor, que sensação de vazio e tristeza trazem essas paredes nuas, que pontada no coração cada móvel desmontado e esvaziado... Passei tempo demais aqui, amei demais entre essas paredes... Trouxe minha personalidade sobre cada parte..."

"Síndrome de Michael Jackson?!

Alguém me explica essa. Meu gato não ficou com nenhuma seqüela, sequer um arranhão daquele infeliz episódio a não ser... um pequeno ponto falhado na orelha esquerda, onde os pêlos pareciam ter sido raspados, na lateral direita próximo ao olho dele. Tem mais de um mês isso, eu já fiquei preocupada e intrigada porque os pêlos não nasciam logo, será que a ferida matou a raiz dos pêlos, será que é micose, que remédio eu uso, levo no veterinário? Meu gato tem o pêlo preto e sedoso nas pontas, com uma pelugem castanha fosca na base e não tem uma mancha sequer em parte alguma do corpo, o que faz dele um belo gato preto cujo pêlo tem um brilho castanho. Até aí tudo bem. Só que hoje, do alto da minha miopia, fui checar o "status" da tal falha de perto e descobri que nasceram pêlos ali... todos BRANCOS. Eu tenho um gato preto com uma "mecha" de pêlos brancos na base da orelha! Bateu uma curiosidade bizarra de saber se eu raspasse o outro l,ado pra ficar simétrico, se os pêlos nasceriam
brancos também... Nããã... Deixa pra lá. "

segunda-feira, abril 18, 2005

Thievery Corporation - This Strange Effect (Hooverphonic)

You've got this strange effect on me
And I like it

You've got this strange effect on me
And I like it

You make my world in white
You make my darkness bright, oh yes
You've got this strange effect on me
And I like it

And I like the way you kiss me
Don't know if I should
But this feeling it's love and I know it
That's why I feel good

You've got this strange effect on me
And I like it

You've got this strange effect on me
And I like it

You've got this strange effect on me
And I like it

You've got this strange effect on me
And I like it

You make my world in white
You make my darkness bright, oh yes
You've got this strange effect on me
And I like it

And I like the way you kiss me
Don't know if I should
But this feeling it's love and I know it
That's why I feel good

You've got this strange effect on me
And I like it

You've got this strange effect on me
And I like it

You've got this strange effect on me
And I like it, and I like it


******
No, there's no hope for me. There's no one and nothing na linha do horizonte. Estou há tempo demais na trilha do desespero, da depressão, do trauma com a vida para sentir qualquer coisa que não seja cansaço e tristeza. Mas essa música é tão gostosinha, tão bonitinha, tão fácil e ingênua e fofa que me faz lembrar de quando eu ainda acreditava que poderia descansar um pouco ao lado de alguém, cicatrizar as feridas e desabrochar. Aquela época em que eu cantava After Hours do Velvet Underground a plenos pulmões e realmente acreditava no que estava cantando.

terça-feira, abril 12, 2005

Ser criado com uma mãe que ouve todas as variações possíveis de rock, do progressivo ao metal chegando ao gótico só poderia dar nisso.

Gabriel ontem no dever da escola:

"Faça uma frase com as palavras "papai" e "cuca"

Gabriel escreve:

"O papai é rico"
"A Cuca é uma emo."

E eu pra explicar pra professora porque meu filho usa gírias como emo, poser e loser?

Nota mental: faltou ensinar ele a usar wannabe. He.
Nhé. Estimulantes não fazem efeito comigo. Eu me odeio profundamente. Drinks energéticos não fazem efeito. Cápsulas de guaraná não fazem efeito. Café em doses cavalares não faz efeito. Coca-cola de balde não faz efeito (no máximo me atacam a gastrite). Anfetaminas não fazem efeito. Sabe o que é ver uma pessoa ficar ligada 3 dias com *uma* cápsula de guaraná da qual você toma OITO para obter um leve efeito que passa logo? E ter de tomar três, quatro anestesias no dentista porque a droga da anestesia demora a pegar e passa no meio do tratamento de canal?

Pois é. There's NO easy relief to my tiredness. No easy cure to my pains. Merde.

segunda-feira, abril 11, 2005

A história do miojo assassino

Pois é, hoje eu faltei o trabalho por causa de uma gripe. Deveria descansar, mas mãe é mãe e toca a fazer um miojo pro filho antes de levar para a escola (pensando em descansar enquanto ele estava na escola). Acontece que meu flho é teimoso. Muito teimoso. E cismou de me desobedecer e ir comer o bendito miojo na sala. Naturalmente ele derramou tudo no chão do corredor. Eu fui limpar, não enxerguei o local onde estava molhado e zuuuuuum! Lá foi o meu pé de encontro à parede >creck< Minha mão esquerda (que eu uso para escrever e desenhar) aparou o impacto mas ficou inchada a tarde toda. Enfaixei o dedo, passei Calminex, botei pra cima mas tenho quase certeza de que quebrou mesmo pelo menos uma falange do anular do pé esquerdo. Daddy me convenceu a deixar em observação por hoje e se for o caso amanhã ir pro hospital. Eu não sei não. Acho que vou é levar esporro do ortopedista. Como disse um amigo meu, "eu sabia que miojo era uma porcaria, mas nunca pensei que fosse tão perigoso".
Desabafo - Eu não gosto de xota

Ontem no MSN, de novo, mais uma vez, eu sou adicionada por uma garota que não conheço. Segue o papo, traduzindo as partes dela faladas em miguxês extremado para um português mediano.

- Oi.
- Oi. De onde você me conhece?
- Ah, eu te vi no Orkut e te adicionei, tem problema?
- Não. Mas porque você me adicionou?
- Ah, porque temos várias idéias e interesses em comum?
- É mesmo? Que idéias?
- As duas gostam de xota.
- Sim, e o que mais?
- Só isso?!
- É.
- Quer dizer que a idéia que temos em comum é gostar de xota?!
- Pois é.

E eu tenho que aturar isso umas dez vezes por dia... Minhas idéias foram reduzidas à minha xota. A única coisa interessante a respeito da minha pessoa é que eu tenho xota. Não importa que livro eu li, do que eu gosto, se sou morena, ruiva, loura, quem eu sou, nada importa. Desde que eu tenha xota. Bom, eu devo confessar que na verdade eu não gosto de xota.

Pois é. Eu gosto mesmo é de mulher. Inteligente e bonita, melhor ainda. Gosto do corpo, dos seios, da bunda, do cheiro e do gosto da boceta, do perfume que só existe quando você levanta os cabelos dela e aproxima a ponta do nariz da nuca, da maciez das curvas... Do olhar, do sorriso...

Mas também gosto de presentes sem motivo, SMS surpresa no celular que te deixa rindo sozinha no meio do trabalho quando você até então estava altamente estressada e aborrecida, beijo roubado no meio da rua quando você acha que não tem ninguém olhando, ficar sem graça porque ela aparece com uma blusa que comprou porque simplesmente era a sua cara ou te dá a camiseta preferida dela pra vestir porque simplesmente vai ficar ótimo em você. Gosto de acordar do lado dela e ouvir rindo ela perguntar se está feia com olheiras e cara inchada e saber que ela continua linda. Gosto de ter que repetir trocentas milhares de vezes que ela não está gorda caramba, e que eu gosto dela assim. Gosto de saber que a culpa das olheiras é minha mesmo, depois de termos passado a noite em claro fazendo amor.

Gosto de aparecer de repente com um livro que tem muito a ver com aquele assunto que ela mencionou outro dia que queria conhecer mais e ouvir que era aquilo mesmo que ela estava procurando...

Gosto de me preocupar quando ela está com cólicas, de fazer carinho, de aninhar nos braços. Gosto de deixar ela me vestir para uma festa do jeito que ela achar melhor, como se eu fosse sua Barbie, e ouvir ela dizer que estou linda. Gosto de ouvi-la falar horas e horas a fio sobre as coisas que gosta, e as pessoas que conhece, e as histórias que tem para contar. E escuto com atenção, porque sei que é importante para ela. Gosto de um dia ter acordado para descobrir que ela tirou várias fotos minhas dormindo e deixou no micro para que eu visse. Gosto de descobrir do que ela gosta e surpreendê-la com algo como um livro novo do seu autor preferido, uma música difícil de achar daquele cantor, qualquer coisa que seja. Eu gosto de mulheres que gostam das coisas que estão no meu profile. Gosto das que trazem sempre alguma novidade. Gosto da cumplicidade. Gosto das pequenas futilidades. Gosto de coração, de cérebro, de peito, de personalidade. A xota, minha querida, é uma parte deliciosa, mas eu ainda prefiro que ela venha com acompanhamento do todo. Eu não achei a minha xota no lixo. Porque eu me reduziria a ela só para dá-la a você?
Bolada. Duas vezes a Torre no tarô hoje, em jogos diferentes. O que vem pela frente? Já não está ruim o suficiente?!

domingo, abril 10, 2005

Blé. Eu me diverti ontem mas não me diverti. Estou pensando em não ir à próxima DDK. Se pudesse não iria a lugar algum nos próximos dias, trabalho, nada. É domingo e minha sogra veio visitar o Gabriel e eu dei graças aos deuses que eles foram dar uma volta e eu amo o meu filho. Mas eu preciso de um tempo. Eu meio que não quero ver ninguém neste momento. Vontade de jogar relacionamentos pela janela, de baciada. Quero ficar aqui, conseguir talvez arrumar um pouco a bagunça e ter a ilusão de que irei ter tempo para desenhar. Me devo terminar uns freelancers e arrumar grana pra pagar o aluguel, já me auto-sabotei demais. Mas estou apática. Eu sei, em parte, o que está me envenenando, a raiz dessa desesperança toda. Adoraria arrancar esse buraco negro do peito e trocá-lo por um coração que bombeasse sangue fresco pras minhas veias. Adoraria que inventassem um antidepressivo de última geração que funcionasse pro meu caso.

O fato é que eu estou com um humor terrível e tenho sido cruel e sarcástica além da conta com as pessoas que cruzaram o meu caminho nos últimos dois dias. Estou sem paciência nenhuma nenhuma nenhuma com níveis nem tão baixos assim de idiotice humana. Ficar quieta no meu canto é melhor do que ter de me controlar a cada segundo e suspirar em silêncio por educação diante da estupidez a que me encontro normalmente exposta...

Eu tive um pesadelo esquisito hoje. Eu até sei porque. Uma matéria no jornal da Globo (qual deles nem sei) no dia do aniversário da minha mãe sobre pressão alta, mostrando o coração de uma pessoa normal e o de uma hipertensa, e as fotos que eu e Gabriel tiramos sábado. Bom, o pesadelo. Nele eu não lembro porque motivo eu estava num local parecido com o da tal reportagem e de alguma forma conseguia abrir meu peito e retirar dele meu coração (acho que a idéia veio do fato de que se eu quase não como devido à depressão, à anemia e à pressão baixa o meu coração apesar de tudo deve ser bem mais saudável que o de uma pessoa "normal"). Meu coração era normal e tal, mas por algum motivo a idiota aqui "soltou" uma espécie de junção de uma artéria coronária e começou a sair sangue pra tudo quanto é lado e entrou em desespero, mas conseguiu encaixar a parada de volta no lugar. Fiquei apavorada pensando no tamanho da merda que havia feito por curiosidade e que não tinha certeza nenhuma se aquilo que eu fiz estava certo, se havia encaixado a parada direito, precisava correr para o hospital e verificar com um médico se estava tudo ok. Tentei avisar para alguém o que havia acontecido, mas notei que sim, havia algo errado. Me deu uma fraqueza súbita e eu comecei a sentir que ia desmaiar e comecei a me desesperar pensando que dessa vez eu havia conseguido me superar em matéria de merda e tinha conseguido finalmente me matar... Eu apaguei e acordei gelada com meus lábios dormentes. O sonho foi extremamente realista, com direito até ao cheiro de enxofre de quando você desmaia de verdade e à dor no peito... Brrrr...

sábado, abril 09, 2005

É de manhã que ela vem. Essa dor imensa de existir. Essa vontade esmagadora de não sair da cama. O pesar numa balança negra o quão pouco tudo ao meu redor vale a pena. Pessoas erradas, gestos errados, palavras erradas. O cansaço. O peso no corpo, na alma inteira, ter de levantar da cama e me forçar a arrastar por mais um dia vergando sob um peso maior do que eu. A pior luta diária que um ser humano pode enfrentar: lutar contra si mesmo. Não há, não há quem me abrace nessas horas. Eu gostaria de ficar chorando um pouco na cama, mas há todas as obrigações do mundo me esperando lá fora. Eu não tenho tempo para o meu próprio sofrimento. Mas a dor é exigente, e o esforço de fazer todas as coisas que me levariam em direção a uma rotina estável é tão grande que suga todas as minhas forças. Que pessoa pode entender? Alguém sabe por acaso o que é passar um tempo inominável todo dia de manhã caída sentada no chão do box com água caindo furiosamente sobre seu corpo, fraca a ponto de não aguentar o peso do próprio corpo, contemplando a possibilidade de acabar de vez com toda essa loucura, essa batalha, esse cansaço imenso de tudo e todos, ferida por um milhão de coisas e pessoas acumuladas ao longo dos anos, desejando não ser covarde o suficiente para finalmente pegar um bisturi e dar fim a tudo isso? Procurei ajuda de tantos jeitos, e tantas pessoas dizem que entendem mas lidam com tudo como se fosse tão fácil. Só os efeitos colaterais dos remédios funcionam, a dor não acaba, no máximo consigo me forçar a empurrá-la para dentro, para um lugar onde não atrapalhe tanto ao longo do dia. Como disse, não tenho tempo para isso. Trabalho, filho, colégio, amigos, amantes. De noite o cansaço de todas as coisas que aconteceram ao longo dos dias vence, mas na minha cama eternamente vazia quem pode me proteger das madrugadas em que acordo sozinha ou da hora de despertar? Não existe nada nem ninguém. Só a tristeza, só o desespero. Não quero pena, quero consolo e ajuda. Sinto a cada dia minha saúde mental fragilmente se desfragmentando. Meu destino final ou é o manicômio ou o suicídio. Estou cansada demais para acreditar que o meu problema tem cura e que eu possa viver algum dia sem ser assombrada pela doença. É uma luta terrível, de morte, entre nós duas. Se eu não conseguir domá-la, se não conseguir vencê-la, matá-la talvez, ela me matará. Eu estou morrendo há alguns anos já, lentamente. Todo o resto é passatempo, uma tentativa fútil de me apegar a alguma coisa para acreditar que vale a pena permanecer viva mais alguns dias. Agora é levantar e ir cuidar dos meus afazeres do dia a dia. Já perdi aqui tempo demais.

terça-feira, abril 05, 2005

Oh sim. Gabriel está na escolinha de futebol de salão do Canto do Rio. E eu estou tentando (mais uma vez) aprender a tocar violão de novo. Primeira vez em dezoito anos que as unhas da minha mão esquerda estão relativamente curtas.

Eu não ligo pra quem não liga pra mim. Na verdade, de uma forma geral, eu detesto ligar pra homem. Sempre me sinto como se estivesse a) pegando no pé e b) ligando na hora errada e enchendo o saco do cara. Casa dos pais então, é um horror. Aí você tem a *certeza* de que está incomodando.
Ah sim, habemus bunda larga em casa agora. Eu já disse isso? Estou satisfazendo toda a minha abstinência anterior he... Só não sei quem paga a conta.
A última DDK me trouxe um menino cujo totem é o lobo e suas belas feições lembram Val Kilmer doing Jim Morrison no The Doors do Stone. Seria apenas mais um one night stand se não existisse um negócio chamado Orkut.

Acho que boa parte das bocas que beijei post-divorce estão na minha lista do Orkut, mesmo as mais recalcitrantes em matéria de Internerd. Mêda.
Sweet sweet flavour of exposition:

http://www.designgrafico.art.br


É... tem um artigo meu linkado na home.